Prémio Nobel da Física atribuído a David Thouless, Duncan Haldane e John Michael Kosterlitz
Metade
do prémio Nobel da Física foi atribuído ao escocês David Thouless, com a
outra metade a ser entregue aos britânicos Duncan Haldane e John
Michael Kosterlitz.
Segundo
o comunicado da Real Academia Sueca das Ciências, os três cientistas
britânicos agora distinguidos revelaram os segredos da matéria exótica
no mundo quântico, conforme aparece na página de Notícias ao Minuto.
"Os
laureados deste ano abriram a porta para um mundo desconhecido onde a
matéria pode assumir estados estranhos. Usaram métodos matemáticos
avançados para estudar fases, ou estados, pouco habituais da matéria,
como os supercondutores, superfluidos ou películas magnéticas finas",
pode ler-se no comunicado.
Graças
ao trabalho pioneiro dos três investigadores, a comunidade científica
procura agora novas e exóticas fases da matéria e há uma grande
esperança nas suas potenciais aplicações, tanto na ciência de materiais
como na electrónica.
Contactado
em direto pela academia durante a cerimónia de anúncio dos prémios, F.
Duncan M. Haldane manifestou-se "muito surpreendido e muito grato" pela
distinção.
"Este
trabalho foi realizado há muito tempo, mas agora há novas descobertas a
acontecer baseadas nesse trabalho.
Há muita esperança de que estes novos materiais tenham grande potencial", disse o cientista, que admitiu: "como em outras descobertas, tropeçamos nelas e nem nos apercebemos das implicações até que outras pessoas comecem a falar disso".
Há muita esperança de que estes novos materiais tenham grande potencial", disse o cientista, que admitiu: "como em outras descobertas, tropeçamos nelas e nem nos apercebemos das implicações até que outras pessoas comecem a falar disso".
O
uso dos conceitos topológicos pelos três laureados foi decisiva para as
suas descobertas, escreve a academia, que explica que a topologia é um
ramo da matemática que descreve propriedades que só mudam passo a passo.
"Usando a topologia como instrumento, conseguiram surpreender os especialistas", pode ler-se no comunicado.
As
descobertas ocorreram no início dos anos 70 e nos anos 80, mas na
última década esta área de investigação impulsionou pesquisas de
vanguarda em física da matéria condensada, esperando-se que estes
materiais topológicos possam vir a ser usados nas novas gerações da
electrónica e dos supercondutores ou nos futuros computadores quânticos.
A
investigação actual está a revelar os segredos da matéria nos mundos
exóticos descobertos pelos prémios Nobel da Física deste ano.
A
temporada dos prémios Nobel 2016 começou ontem com o anúncio do Nobel
da Medicina, atribuído ao japonês Yoshinori Ohsumi pela descoberta do
mecanismo de autofagia celular.
Amanhã
é anunciado o Nobel da Química e na sexta-feira o da Paz, enquanto os
da Economia (dia 10) e da Literatura (dia 13) serão atribuídos na
próxima semana.
Os
prémios Nobel, criados em 1895 pelo químico, engenheiro e industrial
sueco Alfred Nobel (inventor da dinamite), foram atribuídos pela
primeira vez em 1901.
O prémio Nobel corresponde a uma recompensa de oito milhões de coroas suecas, o equivalente a cerca de 834 mil euros.
Marcadores: Biografias, Ciência, Educação, Física, Prémio Nobel da Física
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