5/06/2016

Rede: Silícico



O silício é um elemento com propriedades eléctricas e físicas de um semi-metal, desempenhando no reino mineral um papel cuja importância pode ser comparável ao do carbono nos reinos vegetal e animal. Semelhante a este, porém de modo menos intenso, o Si possui a capacidade de formar longas cadeias, muitas vezes ramificadas.




A palavra silício provém do latim sílex, rocha constituída de sílica (dióxido de silício) amorfa hidratada e  sílica microcristalina, a qual era utilizada, pela sua dureza, na confecção de utensílios e armas na Era Pré-Metálica (Paleolítica).





O ciclo do silício



O ácido monossilícico [(H4SiO4 ou Si(OH)4], também denominado de ácido ortosilícico ou simplesmente ácido silícico, ocorre na solução do solo, nas águas doces e oceanos de todo o mundo. Em pH próximo da neutralidade, o ácido silícico tem solubilidade de 2mM. Acima desta concentração ocorre poli condensação, produzindo ácido silícico oligomérico e, eventualmente, partículas coloidais de sílica hidratada (SiO2.xH2O). A dissolução e deposição de sílica em água pode ser representada como: (SiO2)x+ 2H2

O (SiO2)x-1+ Si(OH)4. A reacção para a direita ocorre em condições de hidratação, e para a esquerda em condições de desidratação (BIRCHALL, 1995). 

Da mesma maneira como ocorre com o P, Ca e Mg, o ciclo do Si possui um elevado dreno abiótico, impedindo uma alta abundância na biosfera. Um dos drenos abióticos no solo é a reacção do ácido silícico com o Al, formando hidroxialuminossilicatos (HAS). Os HAS podem ser considerados como precursores amorfos da imogolita, um aluminossilicato mineral encontrado em diferentes tipos de solos. A condensação de ácido silícico e a polimerização subsequente, formando a sílica biogénica, representa uma perda elevada de ácido silícico da biosfera. O surgimento e o aumento de organismos formadores de sílica têm contribuído com uma redução significativa na concentração de ácido silícico no meio ambiente, pois a reacção reversa é ordens de magnitude menor (EXLEY, 1998). 

Estas perdas substanciais do ácido silícico biosférico, para os drenos bióticos e abióticos, podem ser compensadas pela natureza, de modo global, por meio de sua abundância na crosta terrestre. Entretanto, em ecossistemas específicos, o problema da diminuição do Si pode se tornar economicamente importante. Solos utilizados intensivamente, principalmente com culturas acumuladoras de Si, podem tornar-se paulatinamente deficientes no elemento, pois a exportação do Si não é compensada, via de regra, com a fertilização silicatada.


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