Dezenas de bancos alemães envolvidos nos "Panama Papers
Série de instituições, incluindo grandes nomes como Deutsche Bank e
Commerzbank, teriam usado serviços do escritório de advocacia panamenho
Mossack Fonseca. Autoridades do país pedem maior transparência.
A edição desta terça-feira (05/04) do jornal alemão Süddeutsche Zeitung
(SZ) noticia que ao menos 28 instituições bancárias alemãs têm ligação
com o escritório de advocacia e consultoria panamenho Mossack Fonseca,
alvo das revelações dos chamados Panama papers.
Ao menos seis dos sete principais bancos alemães utilizaram serviços
escritório, através da criação de mais de 1,2 mil empresas de fachada e
da representação de interesses de seus clientes, afirma o diário.
Além do Deutsche Bank, a maior instituição bancária do país, o
Commerzbank, o BayernLB e o antigo Dresdener Bank também teriam se
envolvido em negócios com a Mossack Fonseca.
Alguns desses bancos afirmam que mudaram recentemente suas políticas de
negócios, como o Commerzbank, que teria, a partir de 2008,
"redirecionado" seu modo de operar. O BayernLB informou que a empresa
subsidiária correspondente às denúncias dos Panama Papers já havia sido
vendida e anunciou que irá lançar uma investigação aprofundada sobre o
assunto.
O Deutsche Bank afirmou em comunicado que "em princípio, não há
informações sobre potenciais ou reais relações comerciais" com a firma
panamenha. A instituição diz que desde novembro do ano passado tem
recusado "clientes em determinados locais e grupos de clientes com
perfil de alto risco", segundo informou o Süddeutsche Zeitung.
Em todo o mundo, mais de quinhentas instituições bancárias utilizaram
os serviços da Mossack Fonseca, segundo o Consórcio Internacional de
Jornalistas Investigativos (ICIJ, na sigla em inglês), com o qual SZ
colabora e que investigou os chamados Panama Papers.
Maior transparência
O ministro alemão da Justiça, Heiko Maas, disse após as denúncias do
Süddeutsche Zeitung e das emissoras NDR e WDR, que planeja a criação de
um "registro de transparência" para combater a sonegação fiscal, no qual
as empresas de fachada sejam obrigadas a revelar os nomes de seus
verdadeiros proprietários.
"O sigilo deve acabar", disse Maas, ressaltando que mais transparência é
um "elemento importante na luta contra a sonegação fiscal e o
financiamento do terrorismo".
O ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schäuble, afirmou que as
revelações não o surpreenderam totalmente, mas disse que elas devem ser
usadas para combater a sonegação fiscal. As denúncias "aumentam a
pressão para que os abusos sejam abolidos", observou.
Para tal, Schäuble anunciou que "iniciativas adicionais" deverão ser
introduzidas e, assim como o ministro da Justiça, exigiu maior
transparência das instituições e empresas, para que os verdadeiros donos
sejam identificados e paguem devidamente os impostos.
Fonte: Terra TV
RC/dw/ots
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