2/28/2016

Humidade de precipitação



HENRIQUES (1993) afirma que a chuva por si só não constituía uma acção especialmente gravosa para paredes de edifícios e que os riscos só começavam a ter significado a medida que para uma grande quantidade de precipitação, a intensidade do vento numa dada direcção ia aumentando.
A quantidade da chuva incidente em paredes era portanto a função da análise conjunta do binómio intensidade de precipitação vento.
Também esta acção contínua da chuva pode formar uma cortina de água que ao escorrer pela parede, pode penetrar nela por gravidade, como resultado da sobrepressão causada pelo vento ou por acção da capilaridade dos materiais.

As anomalias manifestam-se através do aparecimento de manchas de humidade de dimensões variáveis nos paramentos interiores das paredes exteriores e tendem a desaparecer quando cessam os períodos de chuvas. No entanto em períodos prolongados pode haver ocorrências de bolores, e florescências e cripto florescências. O que causa o consequente desconforto dos ocupantes além de contribuir para uma acelerada deterioração dos respectivos materiais.
Conforme PEREZ, A.R. (1988) a humidade das construções representa um dos problemas mais difíceis de serem corrigidos dentro da construção civil.
Pode-se afirmar que a humidade em uma edificação se manifesta de varias formas diferentes dentre os quais se destacam:
     
 Humidade do terreno
VERÇOZA(1989) afirma que trata-se de humidade que sobe do solo húmido. Ela ocorre nas fundações do edifício devido as próprias condições do solido húmido, assim como a falta de obstáculo que impeçam a sua progressão. Também ocorre devido aos materiais que apresentam canais capilares por onde a agua passa para atingir o interior dos edifícios. Tem-se como exemplo desses materiais: os blocos cerâmicos, betão, argamassa, madeira etc.
·         Humidade presente nos materiais de construção
Grande parte dos materiais utilizados nas construções necessitam de agua para sua confecção e/ou colocação. Nesta fase da obra, os materiais e a própria edificação estão mais sujeita a acção directa da agua da chuva, o que amplia ainda mais o teor da humidade nos materiais.
Parte desta quantidade de agua evapora rapidamente, mas a outra parte demora muito tempo para faze-lo.


·         Humidade de condensação
Para KLEIN (1999) a humidade de condensação possui uma forma bastante diferente das outras já mencionadas, pois a agua já se encontra no ambiente e se deposita na superfície da estrutura.

Manifestações Patológicas

Manifestações patológicas relacionadas com a impermeabilização (VERÇOZA, 1985:11):

  •   As goteiras são provenientes de aguas das chuvas e/ou da ocorrência de vazamento ou infiltração em marquises , terraços e floreiras.

  •   As manchas são o resultado da saturação da agua em um devido local.

  •   O morfo é resultante de fugas vegetais que ocasionam a determinação dos materiais empregados na edificação, da madeira e ate mesmo da alvenaria.

  •   Bolores são fungos que vivem de matérias orgânicas por eles decompostas. Bolor e morfo ocorrem frequentemente em paredes de tijolos, deixando a superfície opaca e por sua cor dão mau aspecto.

  •   Oxidação é o processo químico que acontece em metal que permaneceu sujeita a humildade. No caso de ferro e aço, a oxidação toma o nome de ferrugem. Quando esse fenómeno ocorre em aço é denominado de ferrugem e provoca aumento volume das barras então a consequência é a desagregação do recobrimento das barras.

  •   Eflorescências são formações de sais que aparecem sob o aspecto de  manchas de cor branca e que foram transportados pela humidade. Muito comum em paredes de tijolos, quando situada em reboco e a parede, as eflorescências forçam um plano capilar, por onde sobe a humidade que aumenta a força de repulsão ao reboco. É normal que a pintura não eliminem essas manchas que voltam a aparecer o ideal é remover o reboco atacado.

  •   As Criptoflorescências são patologias formadas também de sais solúveis, porem diferem das eflorescências por apresentarem a formação de grande cristais que se fixam no interior da  própria parede ou estrutura provocando desta forma o aumento de volume, pressionando a massa formando rachaduras.

  • Gelividade  é o fenómeno que acontece quando a água que existe dentro dos materiais porosos congela devido a baixa temperatura, mas o pior efeito é na superfície onde a resistência é menor.


Fissuras

A NBR. 6118 (2003) destaca que:
A fissuração em elementos estruturais de betão armado é inevitável devido a grande variabilidade e a baixa resistência do concreto a tracção, e define microfissura, fissura e trinca como sendo aberturas ocasionadas por rupturas de um material ou componente diferenciando-se apenas pela abertura máxima característica de cada uma, onde as microfissuras apresentam aberturas inferior a 0.05mm; as fissuras aberturas inferior ou igual a 0.5mm; e trinca abertura superior a 0.05mm e inferior a 1mm.
Segundo Voabil (2009)as fissuras podem ser classificadas em função ao desenvolvimento podendo ser:
Fissura activasão aquelas cuja causa responsável por seu desenvolvimento ainda actua sobre a estrutura;
Fissura inactiva também, denominada como estável são aquelas cujas causas de faz sentir durante o tempo, e a partir de um determinado período deixa de existir.
As manifestações das fissuras podem ocorrer de diversas formas;

  •   Fissura horizontal;

  •   Fissura vertical;

  •   Fissura diagonal.


Causas das Fissuras


  1.  Deformações térmicas:

2.  Remoção prematura dos moldes;
3.  Deficiência ou mau posicionamento de armaduras sobretudo por combater a flexão;
4.  Falha do betão a compressão, punçoamento ou cisalhamento de esforços cortantes;
5.  Concentração e tensões em cantos e bordas não reforçadas;
6.  Assentamento plástico do betão ao redor das armaduras;
7.  Corrosão da armadura;

Segundo Silva etall (2005) o aparecimento de fissuras com aberturas excessivas pode ter diversas consequências entre as mais comuns estão: problemas relativo a funcionalidade e a durabilidade das estruturas; a posterior corrosão da armadura uma vez que as aberturas excessivas irão facilitar a penetração de agentes agressivos capazes de provocar a degradação do próprio betão e também das armaduras produzindo colapso da estrutura.

Corrosão

Para POLITO (2006) dentre as principais apresentações patológicas e se tratando de betão armado a corrosão de armadura mostra-se uma das mais frequentes e possivelmente que envolve maiores riscos e segurança. A corrosão de armaduras corresponde a um processo de deterioração da fase metálica existente provocando formação de produtos expansivos que consequentemente fissura o betão. Corresponde a um processo evolutivo que tende a agravar-se com o tempo.
Qualquer diferença de potencial entre pontos(armadura em outros metal alcalino) pode gerar uma corrente iniciando o processo de corrosão que tem como consequência uma diminuição de armadura e fissuração do betão em direcção paralela a esta.

Perda de aderência

VOABIL(2009) afirma que a perda de aderência é entendida como efeito negativo que pode ter consequências significativas para a estrutura, podendo ocorrer entre dois betões de idade diferentes ou entre as armaduras e o betão. A perda de aderência entre o betão e o aço pode ocorrer por causas diversas entre elas destacam-se:
  •   Corrosão do aço com a sua consequente expansão;
  •   Assentamento plástico do betão;
  •   Dilatação ou retracção excessiva da armadura cujas principais causas são: os incêndios, aplicação nas barras de aço.

Desagregação

É a separação física das placas de betão onde a consequência principal é a perda de aderência aos esforços solicitados (NAKAMURA, 2008). Na maioria dos casos ocorre em conjunto com a fissuração e é entendido como a perda do monolitismo do betão (SOUSA e RIPPER, 1998), tem-se que uma peça com secção desagregada, perdera a capacidade de resistir aos esforços que a solicitam (GOMIS, 2009).

Deterioração

Nos últimos anos a durabilidade das estruturas em betão armado tem sido limitado pelo processo de deterioração. Para GUIMARÃES(2003), deterioração são alterações naturais que os matérias, componentes e por consequência a edificação a perda de desempenho. Estas perdas podem se dar também em decorrência de causas originadas nas diversas fases do processo da construção caracterizado neste caso a ocorrência de um problema patológico.
Conforme BAUER (2000) o processo de deterioração de uma estrutura poderá estar relacionadas com as seguintes causas:
  •   Agressividade do meio ambiente emprego de materiais inadequados;
  •   Cargas ou tensões não levadas em consideração no calculo estrutural;
  •   Má colocação da armaduras ou deficiência na armação;

Segregação do betão

Os componentes do betão no estado fresco estão sujeitos a separação durante o transporte, lançamento e adensamento e esta separação é chamada segregação e tem efeitos bem conhecidos nas construções(RIBEIRO 2005).
Pode ocorrer segregação devido a má vibração ou com o lançamento inadequado do betão, dessa forma os agregados separam-se do restante da mistura formando um grande índice de vazio facilitando assim a infiltração de água e diminuindo sua resistência, isso ocorre pois as massas especificas dos materiais componentes do betão são distintas e com o efeito da queda tende a se separar (ANDRADE e SILVA, 2005).
A execução e lançamento do betão deve atender ao requisitos da NBR estabelecidos pela NBR 14931 (2004) que define parâmetro para evitar a segregação:
  •   O lançamento do betão não pode ocorrer após o início da presa.
  •   Devem ser observados cuidados no lançamento quando altura da queda livre for superior a 2m. Neste caso devem ser usados funis, calhas e trombas.
  •   O lançamento nas formas devem ser feitos em camadas de criaturas previsto.

Existem outros factores que podem causar a segregação:(ANDRADE e SILVA 2005)
  •   Diferença nas dimensões dos agregados utilizados;
  •   Excesso de vibração no adensamento (o vibrador deve permanecer no máximo 15 segundos no mesmo ponto);
  •   Perda de argamassa no transporte do betão fresco;
  •   Diferença de massas especificas do componentes.

De acordo MACHADO (2002), as principais manifestações patológicas em ordem crescente de ocorrência estatística são:
  •   Deterioração e degradação química da construção 7%;
  •   Deformações (flexas e rotações excessivas) 10%;
  •   Segregação dos materiais componentes do betão 20%;
  •   Corrosão das armaduras do betão armado 20%;
  •   Fissuras e trincas activas ou passivas nas peças de betão armado 21%;
  •   Manchas na superfície do betão armado 22%;



Sintomas

Para que determinada manifestação seja diagnosticada faz-se necessário o conhecimento das formas de apresentação ou seja dos sintomas. Será de acordo com os sintomas que se iniciará todo processo de investigação das possíveis causas e origens.
Para GUIMARÃES (2003) os sintomas referentes aos problemas patológicos poderão ser levantados de forma simplificada pelo próprio usuário da edificação em questão ou por técnico especialista. A observação do usuário significa a observação da ocorrência de fenómenos atípicos que colocam a construção sob suspeita de desempenho insatisfatório mas não são consideradas indicadores conclusivos da existência de problemas.
Tomando como referencia estruturas de betão armado os principais sintomas apresentados são: as fissuras; a disgregação e a dessegregação estas contem com facilidade de percepção e diferenciação.
BAUER (2000) destaca que a disgregação do betão é caracterizada pela ruptura do mesmo.
Segundo HELEN (1992) os sintomas patológicos de maior incidência nas estruturas do betão são: fissuras, eflorescências, flechas excessivas, mancha no betão aparente, corrosão de armadura e os ninhos de betonagens gerados pela segregação dos materiais constituintes do betão.

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