Patologia em Estrutura de Betão Armado
CAPITULO I
Patologia em Estrutura de Betão Armado
Generalidade
A
palavra patologia é derivada do grego de pathos
que significa sofrimento, doença e ideologia
que é ciência, estudo, etc.
O
processo de realização de uma edificação compreende as fases de projeto,
execução e utilização a ocorrências de falhas em uma destas fases provoca
defeitos que podem comprometer e a durabilidade do empreendimento.
O
campo de engenharia que estuda estes defeitos suas causas e as correções
necessárias é chamada de patologia das estruturas.
Conceito
Conforme
Piacastelli (2005) a patologia das estruturas pode ser entendida como o ramo da
engenharia que estuda as apresentações patológicas levando em consideração os
sintomas, os mecanismos, as causas e as origens.
Origem das Patologias Estruturais
Segundo
Souza e Ripper (1998), a origem dos problemas patológicos está normalmente
relacionado com as seguintes etapas: concepção do projeto, execução das
estruturas e utilização.
Patologias geradas na
concepção do projeto podem ocorrer em:
·
Estudo
preliminar
·
Execução do
anti- projeto
·
Durante a
elaboração do projeto de execução.
São falhas originadas
por um estudo preliminar ou de anti projeto.
·
Erros de
dimensionamento;
·
Falha de
padronização das representações;
·
Detalhes
construtivos inexequíveis;
·
Detalhes
deficientes ou berrado (ortes);
·
Especificação
inadequada de materiais;
·
Falha de compatibilização
entre a estrutura e a arquitetura;
·
Elemento de projeto inadequado (ma definições de ações preliminares);
·
Não consideração
do efeito térmico;
·
Divergência
entre os projetos;
·
Sobrecargas não
previstas;
·
Especificação do
concreto deficiente.
Patologias geradas na
etapa de execução da estrutura pode ocorrer em:
- Presença de agentes agressivos incorporados;
- Inexistência de controle de qualidade de execução;
- Qualidade inadequada de matérias e componentes ;
- Irresponsabilidade técnica (ausência de fiscalização);
- Não capacitação da mão de obra;
- Projeto inacabado;
- Falta de condições locais de trabalho;
- Erros dimensionais;
- Ausência de estudo geotécnico;
- Falta de levantamento topográficos.
Patologias gerais na
etapa de utilização ocorrem em:
- Negligencia dos utilizadores;
- Utilização inadequada ou falta de manutenção geralmente pelo desconhecimento técnico e problemas econômicos que impossibilitam esse ato;
- Mudança de finalidade da edificação.
De
uma maneira geral o surgimento de problemas patológicos em uma estrutura indica
a existência de uma ou mais falhas durante a execução de uma das etapas de construção.
Origem
exógena (causas com origem foram da obra e provocados fatores produzidos por
terceiro ou pela natureza) Segundo GRANDISKI (2011:127)
- Vibrações provocadas por estaqueamento, percussão de maquinas industriais;
- Escavações Vizinhas;
- Rebaixamento do lençol freático;
- Influência do bulbo de pressão de fundações de obra de grandes cortes em construções ao lado;
- Explosões, incêndios de origem externa;
- Variações térmicas, terremotos maremotos.
Origem endógena (causa
inerentes a própria edificação)
- Falha de gerenciamento;
- Deterioração natural de partes da edificação pelo esgotamento da sua vida útil;
- Sobrecargas não previstas.
Origem na natureza
- Ação de vento e chuva anormais;
- Inundações provocadas por chuvas;
- Acomodações das camadas adjacentes do solo;
- Alteração de nível freático por estiagem prolongada;
- Impermeabilização das áreas adjacentes;
- Variação de temperatura ambiente;
- Ventos muito fortes acima do previsto em norma técnica.
Principais causas das patologias
As principais causas das
patologias são:
a) Recalque
das fundações;
b) Movimentação
térmica;
c) Sobrecargas
ou acúmulo de tensões;
d) Retração
do cimento;
e) Carbonização;
f) Expansão
de armadura (corrosão);
g) Reações
químicas internam;
h) Defeitos
construtivos;
i) Umidade
de precipitação;
Recalque de fundação
Todos
os solos submetidos a cargas apresentam maiores ou menores deformações
dependendo basicamente das características do solo e da presença do lençol
freático.
O
deslocamento vertical de um elemento de fundação é chamado de recalque e pode
ocorrer de imediato ou ao longo do tempo por adensamento (explosão da água do
solo).
A
ocorrência de deslocamentos entre os elementos de fundação é chamada de
recalque diferencial e o recalque diferencial provoca tensões na estrutura que
podem ocasionar fissuras e trincas.
Movimentação térmica
As
variações de temperaturas diárias nos componentes de um edifício provocam
alterações nas suas dimensões, redundando em movimento de dilatação e contratação.
O
esgotamento destes elementos com as paredes restringem estes movimentos
desenvolvendo tensões que provocam as fissuras.
Nas
edificações residenciais, a radiação solar atua predominantemente sobre as Lages
de cobertura que são mais expostas as mudanças térmicas e o facto de existir uma cobertura de telhas sobre as Lages
não elimina as movimentações térmicas uma vez que parte do calor absorvido pelas
telhas e irradiado para as Lages provocando tensões de tração e de
cisalhamento que provocam as fissuras.
Sobrecarga ou Acúmulo de tensões
As
peças de uma estrutura de concreto armado são normalmente dimensionadas admitindo-se
determinadas deformações e a ocorrência de fissuras na região tracionada da
peça.
No
dimensionamento a flexão simples em estado limite ultimo a seção é levada a ruína, mas o momento fletor e a força cortante são majoradas e a resistência do
material é diminuído. A preocupação no calculo é evitar que as deformações e as
fissuras fiquem muito evidentes e possam prejudicar a durabilidade da
estrutura.
Retração do cimento
A
hidratação do cimento transforma compostos solúveis em compostos não solúveis
em água.
De
acordo com Erico Thomaz, a quantidade de água necessária para hidratação do
cimento de ordem de 30% a 35% em relação ao peso do cimento.
Essa
quantidade de água conduz a um concreto de consistência seca (sem
trabalhabilidade). É portanto, necessária a adição de uma maior quantidade de
água ao betão para conferir-lhe a trabalhabilidade adequada ao processo de adensamento
disponíveis e este excesso de água irá
acentuar a retratação porque a mesma provoca uma diminuição de volume do betão
e como as peças estruturais são impedidas de movimentar-se por estarem
interligada entre si e com a fundação ocorrem tensões de retração no betão. Se
estes específicos forem superiores a resistência a tração do concreto no
momento que elas ocorrem, teremos então o surgimento de fissuras.
Existem três tipos de
retração:
·
A retração
química provocada pela redução de volume da água quando reage com o cimento
(hidratação), devido as forças internas de coesão.
·
A retração de
secagem provocada pela evaporação da água não usada na reação de hidratação do
cimento. Esta evaporação da água no período inicial do processo de
endurecimento, reduz os poros e os canais na massa, dando origem a uma redução
do volume do betão.
·
A retratação térmica
que ocorre pela elevação de temperatura do concreto na hidratação do cimento do
mesmo até atingir a temperatura ambiente.
Expansão da Armadura (Corrosão)
O
betão confere ao aço uma barreira física que o separa e o protege do meio
ambiente mas também confere a este, uma elevada alcalinidade, que permite
formar uma película fina de óxido de ferro na superfície do aço chamada de
camada de passivação, mantendo-o inalterado por um tempo indeterminado deste
que o betão seja de boa qualidade e que suas propriedades física químicas não
se alterem devido ás ações externas.
A
camada da passivação é criada pouco depois do inicio da hidratação do cimento
sendo constituído de Fe 203 e adere fortemente ao aço (Ferreira 2000).
Tipos de Corrosão
- Corrosão generalizada ocorre devido a uma perda generalização da película de passivação, resultante da frente de carbonização no betão ou presença excessiva de cloretos.
- Corrosão localizada forma-se por dissolução localizada da película de passivação, tipicamente causada pela penetração de íons cloretos no meio, vindos do exterior ou permanecente a algum constituinte do betão.
- Corrosão sob tensão se caracteriza por ocorrer em aços submetidos a elevadas tensões, em cuja superfície é gerada uma microfissura que vai progredindo muito rapidamente, provocando uma ruptura brusca e frágil do metal.
Carbonatação
O
betão possui PH entre 12,6 e 13,5 ao se carbonatar esses números reduzem para
valores próximos de 8,5. A carbonatação inicia-se na superfície da estrutura e
forma a “frente de carbonatação” composta por duas zonas com PH distintas (uma
básica e outra neutra). Esta frente avança em direção ao interior do concreto e
quando alcança a armadura ocorre a despassivação do aço e este se torna
vulnerável.
A velocidade da
carbonatação do betão é afetada por diferentes fatores:
·
Natureza do
cimento;
·
Dosagem do
cimento;
·
Qualidade da
água;
·
Clima;
·
Compactação;
·
Umidade - relativa baixa ou alta.
Reações químicas
Entre as diversas reações químicas que ocorrem no betão distam-se:
·
Reações do
Sulfato de Cálcio
O
sulfato de Cálcio CaSo4, encontrada principalmente nas localidades
costeiras, reage com o alumínio tricálcicohidratado e forma SulfoAlumínioTricálcicoHidratado.
Este sal conhecido como sal de Cadlot possui coeficiente de expansão da ordem
de 300% que provoca a expansão da estrutura favorecendo o aparecimento de
fissuras.
·
Reação álcool- agregado
A reação álcool- agregado ocorre entre os álcalis do cimento, alguns agregados
contendo Sílica amorfa e alguns tipos de carbonatos, causando o aparecimento de
um gel expansivo que fissura o concreto. A reação ocorre quando o agregado reativo e o cimento entram em contacto com água.
·
Reação gases
garagens
Os
gases contidos nas garagens, produzidos pela descarga de escape dos veículos,
em presença da umidade do ambiente transformam-se em ácidos carbônicos.
Estes
ácidos atacam as superfícies do concreto, especialmente se a camada de
cobrimento for insuficiente provocando a corrosão das armaduras e resultando
num processo de perda de material.
Defeitos construtivos
Existem inúmeras
patologias que são provocadas por defeitos construtivos, mas as principais são:
Ø Trincas
e desagregação do concreto dos consolos;
Ø Trincas
e descolamentos de revestimento de parede.
Marcadores: Construção civil
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