Austeridade pode fazer com que milhares de pessoas regressem
ANGOLA | Em poucos meses voltaram mais de 20 mil portugueses.
Angola é um dos países mais afetados pela desvalorização do preço do petróleo, que provocou uma crise cambial. As dificuldades estão a atingir há vários meses os portugueses que viam este mercado como uma prioridade. Agora, com o novo pedido de resgate e a previsão de que serão implementadas medidas de austeridade, Albano Ribeiro, presidente do Sindicato da Construção de Portugal, diz que o número de portugueses a deixar este país africano deverá aumentar.
“Há trabalhadores que não recebem desde outubro de 2015. E a solução não passa pelo FMI. Não tenho dúvidas de que a situação vai piorar”, explica o sindicalista, recordando que a desvalorização salarial vai fazer com que o número de pessoas a sair do país continue a aumentar cada vez mais. “Se cortarem nos salários e nas obras, o que vai acontecer é que os que ainda lá estão e vão tentando aguentar vão regressar também. E falamos de milhares”, afirma, sem esquecer que em “alguns meses” apenas, mais de 20 mil já regressaram ou foram para outros países, como a Bolívia.
Albano Ribeiro defende ainda que a solução deveria passar por investir mais nos recursos e riquezas de Angola, e não pelo pedido de resgate que foi feito ao FMI, até porque recorda o “exemplo do que aconteceu em Portugal com tanta austeridade”: “É preciso não esquecer que o FMI investe um chouriço para depois levar o porco.”
Também a situação das empresas portuguesas que operam em Angola está cada vez mais difícil. E a perspetiva de uma degradação adicional do ambiente de negócios tem assustado os empresários que viam o país africano como prioritário. As dívidas às empresas portuguesas multiplicaram-se nos últimos meses.
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