Estudo de Patologia em Estruturas de Betão Armado
Estudo de Patologia em Estruturas de Betão Armado
Recomendado pelo IICB
Colaboradores:
Escritor
e editor: Rosário G. J. Cangomba
Fotografias:
Filipe Marcos Nhamirre
Mais
elencos no estudo: Jamal Rocha, Domingos pedro Caetano e Paulo Fernandes.
Estudo patológico das estruturas de betão armado © 2017
Índice
Introdução
Este
é um relatório para o estudo da Patologia do betão armado que afecta o prédio
R/C primeiro andar, cite no bairro de Maquinino – baixa, rua número 2335 no
cruzamento ao pé da ferragem Chiveve ou dos Bombeiros.
Por
meio de estudo observacional e análise de fotografias retiradas no local foi
possível determinar as possíveis causas que levaram o edifício ao seu estado
último de utilização sofrendo patologicamente.
Objectivo:
Determinar as causas que provocaram a patologia do betão armado na construção e
sugerir possíveis meios que evitariam tal ocorrência.
Conceito de Patologia do Betão
Entende-se
por Patologias do Betão Armado a ciência que estuda as causas, mecanismos de
ocorrência, manifestações e consequências dos erros nas construções civis ou
nas situações em que a edificação não apresenta um desempenho mínimo
preestabelecido pelo usuário. O betão armado requer certos cuidados na sua
preparação, visando assegurar sua vida útil e desempenho. A correta execução e
uso envolvem estudo do traço, dosagem, manuseio e cura adequados e a manutenção
periódica e a prevenção contra agentes agressivos. A maioria das patologias nas
edificações ocorre em consequência de falhas de execução e pela falta de
controlo de qualidade, comprometendo a segurança e a durabilidade do
empreendimento.
Os
problemas patológicos surgem devido a essas falhas, as quais ocorrem durante
uma ou mais etapas das actividades inerentes à construção civil:
concepção/projecto, execução e utilização. Para a etapa de concepção, exige-se
a garantia de plena satisfação do cliente, de facilidade de execução e de
possibilidade de adequada manutenção; já a etapa de execução, deverá garantir o
fiel atendimento ao projecto, e para a etapa de utilização, é necessário
garantir a satisfação do utilizador e a possibilidade de extensão da vida útil
da obra, assegurando segurança e qualidade à construção.
No
caso das estruturas, vários problemas patológicos podem surgir em virtude do
que já foi comentado. Uma fiscalização deficiente relacionada a uma baixa
capacitação dos profissionais envolvidos pode levar a graves erros em
determinadas actividades, como a implantação da obra, escoramento, formas,
posicionamento, qualidade das armaduras e betonagem, desde a sua fabricação até
a cura. Botelho (1996).
Avaliação preliminar do prédio
O
edifício objecto do estudo deste relatório localiza-se no Maquinino, conforme
pode se ilustrar nas gravuras obtidas em relação a sua disposição:
O edifício ora estudado encontra-se no seu estado limite de utilização, sendo que não é residido e está vedado devido ao perigo que este apresenta as pessoas que por ventura venham passando perto dele.
O
edifício, frontalmente apresenta 6 pilares que apoiam a varanda da vista de
frente e a varanda da vista posterior encontra-se totalmente degradada e em
ruinas. Observando o edifício nas fotos acima apresentam fendilhas em todos os
cantos até nos pilares e nas vigas.
Posto
isso, surge a grande questão. Qual a razão do surgimento dessas fendilha?
As causas de patologia nas estruturas de betão
armado no edifício de Maquinino
Conforme
observado, aponta-se como causas de patologia nas estruturas (Vigas, Laje e
Pilares): o intemperismo; a utilização de argamassa no lugar do betão;
utilização de ferro invés de varão; a utilização de carvão mineral, granito e
carvão vegetal no lugar de britas; Falta de utilização de espaçadores; as vigas
e os pilares não são encastrados e o pavimento é desprovido da utilização de
malhas.
Esses
são os factores detectados para o surgimento patológico nas estruturas do betão
armado; 7 causas:
1. O
intemperismo: é um dos fortes factores que resulta
na patologia das estruturas do edifício, visto que os pilar, as lajes foram
recobertas por ferros para garantir a estabilidade ao edifício, esse em
contacto com água resulta em oxidação devido ao excesso de carbono.
2. Utilização
de argamassa no lugar de betão: Um edifício
desprovido de betão em alguns pilares, substituindo-o pela argamassa, o que
contribuiu grandemente para sua fragmentação visto que utilizou-se ferro e não
varão para sua construção. É possível ver-se o ferro as solta, isto é ao ar
lento oxidando-se rapidamente.
3. Utilização
de ferro invés de varão: Pode se constatar visivelmente
inúmeros ferros em processo de oxidação no edifício. Possivelmente os ferros
sejam de ø25 mm em pilares e ø16 mm em lajes, o que resultou numa patologia em
todo edifício deixando-o em seu estado limite por falta de observância do artigo
15° do RGEU.
4. Utilização
de carvão minera, granito e carvão vegetal no lugar de britas: Constata-se que
nessa obra não se utilizou cascalho (brita) para si misturar com areia, cimento
e água para a produção do betão, mas sim, carvão e granito o que influenciou
negativamente para a durabilidade do edifício gerando patologias nas estruturas
de betão armado. Como pode se ilustrar:
5. Falta
de espaçadores: Segundo REBAP, no seu artigo 78 sobre «Recobrimento mínimo das armaduras»,
recomenda que em elementos não laminares no caso dos pilares de haver um
recobrimento mínimo de 2, 0 cm em ambiente pouco agressivo, 3, 0 cm
moderadamente agressivo e 4,0 cm muito agressivo. E em elementos laminares,
como o caso das lajes e vigas: " Os valores referidos podem, no entanto,
ser diminuídos, de 0,5 cm, no caso de elementos laminares; 0,5 c, para betões
das classes B30, B35 e B40"…Algo que definitivamente não foi observado ao
se construir o presente edifício em estudo o que contribuiu grandemente para o
surgimento da patologia como podemos ver nas duas figuras a seguir.
6. As
vigas e os pilares não são encastrados:
Há uma série de anomalias que podem se verificar nesse edifício e como já se
relatou alguns esse é um dos principais que contribuiu com muitas fendas em
vários pontos no edifício, sobre tudo nas partes que ligam pilares em viga, só
houve um encaixe e rebocado a um traço rico, evitando encastramento. Pelo que
tudo indica o edifício é de matérias prefabricado e montado na obra. Mas esses
graves erros de não observância ao que os regulamentos de construção civil
delimitam, teve como sua consequência o que podemos ver nas imagens a seguir,
patologias do betão armado:
7. Pavimento
desprovido de malha: Um pavimento desgastado é o que
pode se observar no edifício em estudo, devido a má construção e ignoração das
recomendações vemos o seguinte resultado:
Conclusão
Para
concluir, em resumo, pode-se concluir que a falta de observância de normas e
regulamentos de construção civil resultaram no surgimento patológico do betão
armado em todo o edifício, tornando-o inabitável devido a fragilidade que esse
oferece de desabar. E o outro factor é a fiscalização da obra. Pode se concluir
que teve um fiscal desprovido de conhecimento técnico adequado para permitir
incumprimento do regulamento.
Outro
factor é o do edifício possivelmente ser de material prefabricado e montado no
local sem uma boa observância do regulamento. Portanto, duma ou de outra forma,
podemos evitar a patologia em estruturas de betão armados seguindo estritamente
as normas e os regulamentos.
Marcadores: Construção civil, Ensino Técnico, Estudo de Patologia em Estruturas de Betão Armado
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