3/08/2016

A origem da cerâmica

    A palavra cerâmico deriva da palavra grega “Karamica’’ que esta associado à palavra “Kéramos”, liga, por sua vez, à “ arte dos vasos cozidos”, ou seja, produtos aquecidos  que contêm argila. Apesar do termo cerâmica reter o sentido original de produtos feitos  com argila, ao longo dos tempos começou a abranger outros produtos processados de forma idêntica (Carter e Norton 2007).
As primeira cerâmicas conhecidas datam do final do Paleolítico (Boch e Nièpce 2007). Os exemplos mais antigos de barro cozido, que incluem mais de 1000 fragmentos de estatuetas foram descobertos na Morávia, actual República Checa. 

A primeira evidência da produção de cerâmica de olaria remota a 10 000 AC com a descoberta de fragmentos perto de Nagasaki, no Japão. Esta cerâmica produzida a partir de argila, fibras orgânicas e mica, era denominada de “Jamon” devido aos motivos traçados no seu padrão. Estes vasos, assim como os produzidos no próximo oriente, há cerca de 10 000 anos, eram queimados a baixa temperatura (Carter e Norton 2007). 
Durante o período final da idade da pedra (Neolitico) a arte dos vasos cozidos tornou-se uma actividade importante (Carter e Norton 2007). Na Mesopotâmia há vestígios de fragmentos cerâmicos de artefactos que datam de 8 000 anos AC (Margueron 1991). Revestimentos de piso e de parede em ladrilho e estruturas de calcários e gesso foram encontradas na Palestina (8300-7600 AC) e depois  no Iraque, Síria, Anatólia e Jericó (Kingery e tal 1992).

Por volta de 7000-6000 AC, especialmente no próximo oriente, foi observado um grande impulso na cerâmica, resultante  da sedentarização das populações (Boch e Nièpce 2007). As primeiras cerâmicas eram muito porosas e grosseiras e os artesãos depressa perceberam que existia necessidade de alterar as propriedades da matéria-prima (Boch e Nièpce 2007). As primeiras cerâmicas eram muito porosas e grosseiras e os artesãos depressa perceberam que existia necessidade de alterar as propriedades da matéria-prima (Boch e Nièpce 2007). Assim, eram adicionadas partículas não plásticas para construir o esqueleto do artefacto (partículas minerais, orgânicas, e fragmentos de cerâmica). Em cerca de 6400 AC a olaria já era relativamente desenvolvida, existindo um melhor aperfeiçoamento nas técnicas de decoração e processamento térmico. Por exemplo, já se dominava o controlo das atmosferas de oxidação e redução requeridas durante a queima dos produtos cerâmicos (Carter e Norton 2007).

As primeiras decorações de cerâmica eram inclinações e marcas feitas por paus, ossos e unhas. Mas tarde as cerâmicas passaram a ser pintadas com base em pigmentos de origem mineral (óxidos metálicos, culmite, calcite), podendo se executados antes ou após o fogo. Investigações recentes revelam o aparecimento de vidrados no norte do Iraque e no nordeste da Síria, em cerca de 1600 – 1500 AC (Boch Nièpce 2007). Esta técnica foi depois  estendida ao médio oriente na decoração arquitectónica, olaria e estatuária.  (…) Apenas no final do século XVIII, com a melhor compressão científica da cerâmica (análise química da matéria – prima) aliado ao impulso proporcionado pela revolução industrial, a produção e processamento da cerâmica sofreu um grande desenvolvimento (Carter e Norton 2007).

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