História de Massacre de Moeda
O Massacre de Mueda , a 16 de junho de 1960 , foi um dos últimos episódios da resistência dos moçambicanos à dominação colonial antes do desencadear da luta armada de libertação nacional.
Em Moçambique, a efeméride coincide com o Dia da Moeda Nacional, o Metical, e Dia da Criança Africana.
Em Moçambique, a efeméride coincide com o Dia da Moeda Nacional, o Metical, e Dia da Criança Africana.
Historial
Passam-se mais de cinquenta e seis anos do Massacre de Mueda, em Cabo Delgado.
O Massacre de Mueda, ocorrido a dezasseis de Junho de 1960, foi um dos últimos episódios da resistência dos moçambicanos à opressão colonial, antes do desencadeamento da Luta Armada de Libertação Nacional.
Naquela data, realizou-se uma reunião entre a população do actual distrito de Mueda e a administração colonial, que terminou com o massacre de mais de quinhentos moçambicanos pela tropa colonial portuguesa.
Massacre de Moeda 1960 | Imagem: RM |
A reunião foi pedida pela população de Mueda que cansada do trabalho forçado, da violência, e da repressão, procurou um meio para acabar com a triste situação de vida. Para o efeito, uma delegação composta por Faustino Vanomba, Kibiriti Diwani e Modesta Yusu, foi expor ao administrador de Mueda, as reivindicações da população.
Perante o administrador, a delegação fez o relato do sofrimento do povo, particularmente no que dizia respeito ao cultivo obrigatório do algodão. Referiram também a ocupação das terras férteis pelos colonos e a expulsão dos moçambicanos para as áreas áridas e improdutivas.
Depois de ouvir as preocupações da população de Mueda, o administrador colonial, não deu uma resposta imediata, só viria a acontecer dentro de quatro dias, pois iria discutir o assunto com o seu superior hierárquico em Porto Amélia, hoje cidade de Pemba. Realizado o encontro com o chefe, o administrador de Mueda espalhou os seus sipaios por toda a região do planalto e convidou a população a estar presente em frente à Secretaria da Administração, no dia 16 de Junho, segundo ele, seriam resolvidos assuntos muito importantes.
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Entretanto, o administrador tinha ordenado que fossem abertas trincheiras em redor da secretaria da administração. Nesta data, o governador do então distrito de Cabo Delgado, deslocou-se a Mueda, escoltado por um pelotão de soldados portugueses, que os ordenou a esconderem-se nas margens do rio Chudi, próximo do local da concentração.
Na sua alocução, o governador procurou convencer a população a abandonar a ideia da independência. O discurso, era sistematicamente interrompido pela polução que gritava: “Independência! Independência! Queremos a independência”.
O ambiente gerado não era consensual, daí que o administrador sugeriu que um grupo representativo fosse discutir com ele na secretaria. Mal o grupo chegou, os seus membros foram algemados e, em seguida, foram levados à força para um carro que estava preparado para os levar.
Mal estas palavras foram ditas, o governador gritou: Fogo! O fogo das espingardas, metralhadoras e o ribombar das granadas. Nos dez minutos que se seguiram, pouco depois das cinco horas da tarde, mais de 500 moçambicanos foram chacinados pelas forças de repressão colonial. O massacre de Mueda ensinou uma dura lição ao povo moçambicano.
Os que mantinham, até então, a ilusão de que era possível conquistar a Independência por meios pacíficos, aprenderam com a brutalidade e a violência em Mueda, que a luta armada seria o único caminho possível para se alcançar a Liberdade.
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