Ainda existem moças para casar
P
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or mais irónico
que pareça o título quando observamos a nossa atual realidade social e
cultural, mas subsistem os que ainda mantém a civilidade cultural a mais
honrada no meio de um mundo moderno. Neste texto vamos analisar (1) Como a
cultura honrosa na sociedade se perdeu? (2) E como alguns ainda a preservam?
Para começar,
vamos analisar a nossa sociedade nos tempos remotos. Nem sempre as coisas foram
assim como são agora. As damas antigamente eram respeitosas aos mais
velhos, cuidavam do lar familiar antes de serem casadas, e isso servia-lhes de
treinamento para o benefício posterior. Usavam roupas modestas das quais não
envergonhavam os pais.
E o casamento?
Era a coisa mais sublime, símbolo de dignidade e respeito ao nome da família,
onde os pais procuravam os futuros parceiros para os filhos.
O que aconteceu
a isso? Pois, pela influência atual das mídias e redes sócias, vemos a mais
antiga cultura se evaporando, dando espaço a «nova geração» tecnológica a qual
não tem respeito pela cultura e tradições honrosas. Onde o namoro é algo feito
virtualmente, usando a internet, degradando-se moralmente, onde muitos fazem
sexo nos primeiros encontros e se lhes falar do casamento, ora, dizem: por que
casar hoje e separar-se amanhã? Por serem da nova geração preveem o seu futuro
na perspetiva negativa.
Algo irónico
que observei foi verificar documentos de pessoas que usualmente chamamos de ʺcotaʺ, nascidos nas
décadas 40 e que são casados e os de década 80 até então, solteiros, a maioria
deles. Mas o mais engraçado alegam serem casados mesmo não o sendo. E me
pergunto: Onde é que há mais facilidade de contrair o matrimonio: no passado,
lá onde os nossos avôs, bisavôs viveram ou atualmente – o tempo de liberdade de
expressão?
É verdade que a
sociedade atual está moralmente degradada, mas será que isso quer dizer que não
há moças para casar?
Nem todos são
iguais, dizem que numa caixa de tomate se um for podre os outros também o são.
Verdade? Hipoteticamente muitos diriam que sim, mas pela razão, não. Só
para analisar nem todas moças são iguais, existem as que se comportam como as
dos anos 40, agora chamadas de brega, que não sabem usar, não vamos confundir a
falta de autoestima com a modéstia e respeito pela cultura honrosa. Ainda
existem moças que defendem princípios e valores do «sexo só depois do
casamento», por mais que em um número reduzido, mas um na multidão faz a
diferença, quando se apresenta com uma cor distinta a dos demais.
Se todas fossem
iguais não veríamos matrimónios a serem contraídos e lares a serem mantidos,
isso tem mais a ver com o lugar que você convive, na religião, barracas,
discotecas, ou por ser um turista sem residência?
Alguns, por se
limitarem num mundo pequeno e de pessimismo transmitem a pura realidade que
vivem deixando de lado o fato de que compartilhamos da mesma visão, mas
com olhares diferentes. É o caso do texto «HOJE NÃO EXISTEM MOÇAS PARA
CASAR» da impressa, 1998.
Por isso, num
olhar diferente podemos dizer que sim, ainda existem moças para casar, por mais
que nem todos os vejam. Como dissemos, nem todos os tomates estão podres numa
caixa onde um está, pois é preciso ser seletivo. A caixa é o mundo e as
mulheres são os tomates, escolhe podre aquele que não tem olhos para ver e que
se deixa levar pelas aparências.
Autor
do texto:
Rosário Cangomba
2017-03-14
Email:
rosariogimojose@gmail.com
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