Índice
O
presente trabalho estuda as capacidades do solo em relação ao assentamento que
esse pode sofrer na perspectiva de Terzaghi e outros.
A
investigação das propriedades do solo é de fundamental importância, pois é no
solo que se assenta uma edificação. O estudo das propriedades pode implicar em
custos adicionais a obra, no entanto, esse procedimento tem por intuito
garantir o sucesso da construção. Os solos residuais onde as edificações são
fundadas se dividem em solos saprolíticos ou solo residual jovem, e solos
lateríticos ou solo maduro.
O
primeiro tipo de solo é formado por materiais que física e mecanicamente podem
ser classificadas como solo, mas que preserva a estrutura e fábrica original da
rocha-mãe. Os solos saprolíticos em condições naturais constituem as camadas
subjacentes às lateríticas ou outros solos pedogenéticos que podem ser sedimentares
ou transportados.
Objectivo:
Determinar por meio de cálculos, como evitar o assentamento do solo para
garantir uma boa fundação.
A
investigação das propriedades do solo é de fundamental importância, pois é no
solo que se assenta uma edificação. O estudo das propriedades pode implicar em
custos adicionais a obra, no entanto, esse procedimento tem por intuito
garantir o sucesso da construção. Os solos residuais onde as edificações são
fundadas se dividem em solos saprolíticos
ou solo residual jovem, e solos lateríticos
ou solo maduro.
O
primeiro tipo de solo é formado por materiais que física e mecanicamente podem
ser classificadas como solo, mas que preserva a estrutura e fábrica original da
rocha-mãe. Os solos saprolíticos em condições naturais constituem as camadas
subjacentes às lateríticas ou outros solos pedogenéticos que podem ser
sedimentares ou transportados. As espessuras dessas camadas são das mais
variadas atingindo frequentemente várias dezenas de metros. Suas cores também
variam muito, sendo frequente uma mesma amostra apresenta partes de diversas
cores diferentes. Contrastando com os solos lateríticos, os saprolíticos são
genuinamente residuais (NOGAMI etal., 1993; NOGAMI & VILLIBOR, 1995).
Para
Pinto (1998) esses solos mantém a estrutura original da rocha-mãe, inclusive veios
intrusivos, fissuras e xistosidade, mas perdem a consistência da rocha, podendo
facilmente confundir-se com uma rocha alterada, porém apresenta pequena
resistência ao manuseio. Os solos lateríticos ou solo maduro são constituídos
por processos de enfraquecimento causados pela meteorização, litificação e
precipitação química secundária, as quais geraram novas ligações
interparticulares, perdendo-se completamente a estrutura e a fábrica da
rocha-mãe (FONSECA, 1996).
Segundo Kublik (2010) a camada mais superficial
e bem drenada é denominada de solos lateríticos e podem atingir com frequência
mais de dois metros de espessura, porém, raras vezes ultrapassar os dez metros.
Para
Pinto (1998) mineralogicamente os solos lateríticos têm sua fracção argila
constituída predominantemente de minerais cauliníticos e apresentam elevada
concentração de ferro e alumínio na forma de óxidos e hidróxidos, provocando
sua peculiar coloração avermelhada e com índice de vazios elevado, porém quando
compactado esse tipo de solo sua capacidade de suporte é elevada. O ensaio de
placas é uma das metodologias que podem ser utilizadas para determinar as
propriedades de deformação e de ruptura do solo, dessa forma, é utilizado para
garantir o panejamento e controle de qualidade, pois verifica a capacidade de
suporte e estabilidade do solo e substrato de fundação visando fornecer, por
via directa as resistências e características de deformação do terreno a uma
determinada profundidade, pois procura reproduzir o comportamento de uma fundação
em escala quase natural.
Este
ensaio tem sido muito utilizado em geotecnia em projectos de fundações, mas
também no estudo do comportamento de pavimentos, pois é o meio mais realístico
para determinar a capacidade de carga e o recalque de fundações rasas. Esse
tipo de ensaio possui como vantagem principal ser mais económica em relação às
provas de carga em verdadeira grandeza.
Quanto
à aplicação deste método Barata (1966) relata que ocorre com maior intensidade
em terrenos cuja deformidade é praticamente imediata quando aplicada a carga,
em terrenos pedregulhos os, arenosos e silto-arenosos em primeiro lugar com
qualquer grau de saturação e em segundo em terrenos argilosos e silto-argilosos
com baixo grau de saturação.
O ensaio de placas só é aplicável segundo
Cintra etal. (2003) quando o solo for razoavelmente uniforme em profundidade,
pois o bulbo de pressões causado pela placa é bem menor que a causada pelo
bulbo das sapatas. Dessa forma, o presente trabalho tem por objectivo avaliar o
comportamento de solo do parque de máquinas da prefeitura municipal de Pinhal,
no Estado do Rio Grande do Sul, com base nos ensaios de caracterização
geotécnica e nos ensaios de placas.
Para
este estudo são previamente definidos dois critérios de ruptura: ruptura
“generalizada” – frágil (curva C1) e ruptura “localizada” – plástica (curva
C2).
Capacidade
de carga de ruptura (ou limite) – Qr:
é a carga limite (ou máxima) a partir da qual a fundação provoca a ruptura do
terreno e se desloca sensivelmente (ruptura frágil ou “generalizada”), ou se
desloca excessivamente (ruptura plástica ou “localizada”), o que pode provocar
a ruína da superestrutura.
Capacidade
de carga de segurança à ruptura – Qseg:
é a maior carga (transmitida pela fundação) a que o terreno resiste, com
segurança, à ruptura, independentemente das deformações que possam ocorrer.
Qseg,
sendo FS o fator de segurança à ruptura.
Capacidade
de carga admissível – Qadm: é a maior carga
transmitida pela fundação que o terreno admite, em qualquer caso, com adequada
segurança à ruptura e sofrendo deformações compatíveis com a sensibilidade da
estrutura aos deslocamentos da fundação.
Deve-se ter, portanto: Qadm
≤ Qseg
No
caso de fundações directas tanto se pode trabalhar com carga Q como pressões
médias p, sendo a pressão média:
Não
são muito comuns os acidentes de fundação devidos à ruptura do terreno. Mais
comuns são os causados por recalques excessivos. Um exemplo
clássico da literatura técnica, relatado pelo professor Homero Pinto Caputo.
Trata-se de um conjunto de silos construído sobre um radier geral, com 23 x 57 m.
Em
consequência de uma dissimetria de carregamento, houve a ruptura do solo e o
colapso da obra, que em 24 horas tombou para a posição mostrada. Provavelmente
a elevação lateral do nível do solo ajudou a mantê-lo, impedindo que tombasse
completamente. Entre nós, um exemplo de acidente devido à ruptura de fundação
foi o caso do Edifício São Luiz Rei, no Rio de Janeiro, ocorrido em 30/01/58. O
controlo de recalques, iniciado no dia 27 do mesmo mês, registou uma velocidade
de recalques de 2 mm/h, atingindo no dia do acidente a 4 mm/h.
A
pressão de ruptura ou capacidade de carga de um solo é, assim, a pressão pr, que aplicada ao solo causa a sua
ruptura. Adoptando um adequado
coeficiente de segurança, da ordem de 2 a 3, obtém-se a pressão admissível,
a qual deverá ser “admissível” não só à ruptura com também às deformações
excessivas do solo.
O
cálculo da capacidade de carga do solo pode ser feito por diferentes métodos e
processos, embora nenhum deles seja matematicamente exacto.
Coeficiente
de segurança – Não é simples a escolha do adequado coeficiente de segurança nos
cálculos de Mecânica dos Solos. Na literatura técnica encontramos numerosas
regras particulares à natureza de cada obra.
Para
um estudo moderno do assunto vejam-se os “critérios” de BrinchHansen, como
mencionado pelo Professor Dirceu de Alencar Velloso em uma conferência. Um
estudo abrangente do assunto é apresentado pelo Prof. A. J. da Costa Nunes em
Acidente de Fundações e Obras de Terra (Conferência na Sociedade Mineira de
Engenheiros – 1979).
Tendo
em vista que os dados básicos necessários para o projecto e execução de uma
fundação provêm de fontes mais diversas, a escolha do coeficiente de segurança
é de grande responsabilidade. A tabela 7. 01 Resume os principais factores a
considerar, e a tabela 7. 02 Apresenta valores sugeridos de factores de
segurança a considerar.
Tabela 7. 01 – Factores que influenciam na
escolha do coeficiente de segurança
Factores que
influenciam a escolha do coeficiente de segurança
|
COEFICIENTE DE SEGURANÇA
PEQUENO GRANDE
|
Propriedades
dos materiais
|
Solo
homogéneo Investigações geotécnicas amplas
|
Solo
não-homogéneo Investigações geotécnicas escassas
|
Influências
exteriores tais como: água, tremores de terra, etc.
|
Grande número
de informações, medidas e observações disponíveis
|
Poucas
informações disponíveis
|
Precisão do
modelo de cálculo
|
Modelo bem
representativo das condições reais
|
Modelo
grosseiramente representativo das condições reais
|
Consequências em caso de acidente
|
Consequências
financeiras limitadas e sem perda de vidas humanas
|
Consequências
financeiras consideráveis e risco de perda de vidas humanas
|
Consequências
financeiras desastrosas e elevadas perdas de vidas humanas
|
Tabela 7. 02 – Valores de Factores de
segurança a considerar
Categoria
|
Estruturas Típicas
|
Características de Categoria
|
Prospecção
|
Completa
|
Limitada
|
A
|
Pontes
Ferroviárias Altos-fornos Armazéns Estruturas Hidráulicas Muros de Arrimo
Silos
|
Provável
ocorrer as máximas cargas de projecto; consequências de ruptura são
desastrosas
|
3,0
|
4,0
|
B
|
Pontes
Rodoviárias Edifícios Públicos Indústrias Leves
|
As máximas
cargas de projecto apenas eventualmente podem ocorrer; consequências de
ruptura são sérias
|
2,5
|
3,5
|
C
|
Prédios de
Escritórios e/ou de Apartamentos
|
Dificilmente ocorrem as máximas cargas de projecto.
|
2
|
3,0
|
A determinação
da capacidade de carga pode ser feita tanto teoricamente,
empregando fórmulas teóricas ou semi-empíricas existentes ou experimentalmente, através da execução
de provas-de-carga. A seguir serão apresentadas as teorias deRankine e a teoria
de Terzaghi para o cálculo da capacidade de carga dos solos.
A
teoria de Terzaghi (1943), desenvolvida baseada nos estudos de Prandtl (1920)
para metais, é a mais difundida para o caso de fundações directas ou rasas. Terzaghi
estudou a capacidade de carga de ruptura para este tipo de fundações em solos
de diversas categorias, ou seja, solos com atrito e coesão (c, ϕ), solos
não-coesivos ou granulares (c = 0) e solos puramente coesivos (ϕ= 0).
Nos
solos de ruptura tipo C1, à medida que a carga (ou pressão) aumenta, o material
resiste, deformando-se relativamente pouco, vindo a ruptura acontecer quase que
bruscamente. É como se toda a massa rompesse a um só tempo, generalizadamente.
A pressão de ruptura é, nesse caso, bem definida, dado pelo valor pr do
gráfico. Quando atingida, os recalques tornam-se incessantes e é denominada por
ruptura generalizada, sendo típica de solos pouco compressíveis (compactos ou
rijos). Nos solos de ruptura tipo C2, as deformações são sempre grandes e
aceleradamente crescentes. Não há uma ruptura definida. É como se o processo de
ruptura fosse dado paulatina e constantemente, desde o início do carregamento,
em regiões localizadas e dispersas na massa do solo. A pressão de ruptura para
este caso é dada por p’r que, segundo Terzaghi, corresponde ao ponto “a”, em
que há uma mudança no gráfico, com passagem da curva inicial para um trecho
aproximadamente rectilíneo final. Este tipo de ruptura é denominado por ruptura
localizada, sendo típica de solos muito compressíveis (fofos ou moles).
Quando
a ruptura é atingida, o terreno desloca-se, arrastando consigo a fundação.O
solo passa, então, do estado “elástico” ao estado “plástico”. O deslizamento ao
longo da superfície ABC é devido à ocorrência de tensões de cisalhamento (τα)
maiores que a resistência ao cisalhamento do solo (τr).
Recentemente
tem sido mencionado um outro tipo de ruptura,
que ocorre por puncionamento. A
teoria de Terzaghi parte de considerações semelhantes às de Prandtl, relativas
à ruptura plástica dos metais por puncionamento. Retomando esses estudos,
Terzaghi aplicou-os ao cálculo da capacidade de carga de um solo homogêneo que
suporta uma fundação corrida e superficial.
Segundo
esta teoria, o solo imediatamente abaixo da fundação forma uma “cunha”, que em
decorrência do atrito com a base da fundação se desloca verticalmente, em conjunto
com a fundação. O movimento dessa “cunha” força o solo adjacente e
produz então duas zonas de cisalhamento, cada uma delas constituída por duas
partes: uma de cisalhamento radial e outra de cisalhamento linear.
Tendo
chegado ao fim do presente trabalho, conclui-se que para se ter uma boa
fundação é preciso garantir que o solo onde ela se assentará esteja devidamente
preparado para receber as cargas transmitidas pelas estruturas do edifício.
Pois, Em muitos tipo de edificações, o que preocupa não é se o solo vai
aguentar ou não o peso da casa e das coisas que vão ser colocadas dentro da
casa pois os equipamentos que vão ser instalados são muito mais exigentes que
isso.
Portanto,
visto que a fundação é a raiz da casa/edifício precisa-se obedecer estritamente
as normas de seguranças e efectuar-se os possíveis cálculos para garantir a sua
boa resistência ao assentamento.
ALONSO,
U.R. Previsão e controle das fundações. 1ª ed. São Paulo: Ed.
EdgardBlucherLtda, 1991. Citado por ESTUDO
DA CAPACIDADE DE CARGA E RECALQUE DE SOLO RESIDUAL DE BASALTO Pp. 1,2 Pdf.
Marangon,
M. CAPACIDADE DE CARGA DOS SOLOS, Pp. 109-118 Pdf.
Tabela
de Pressões Admissíveis da Norma Brasileira NBR-6122 (NB-51) Projecto e
Execução de Fundações. Pdf.
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