Alinhamento raro de 5 planetas está prestes a acontecer!
ASTRONOMIA | Após ter sido observado no início deste ano, o incrível alinhamento dos cinco primeiros planetas do nosso Sistema Solar poderá ser visto a olho nu no horizonte novamente. A partir desta semana, astrônomos e entusiastas poderão observar Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno visíveis no céu pouco depois do pôr do sol, por volta das 18h30.
O fenômeno deve se repetir até a primeira semana de setembro e promete ser um belo espetáculo celeste.
“A grosso modo esse é o mesmo fenômeno visto em janeiro, pois os cinco planetas visíveis a olho nu também estavam no céu todos ao mesmo tempo. A diferença é que em janeiro essa configuração aconteceu no final da madrugada, antes de amanhecer, e agora acontece logo após o entardecer”, afirmou Gustavo Rojas, astrônomo e físico da Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR). Este, no entanto, não é um alinhamento “clássico”, em que as órbitas dos planetas se aproximam e eles parecem estar “chegando mais perto” no céu, quando vistos da Terra – a aproximação é sempre aparente, pois os planetas estão a milhões de quilômetros de nós. Dessa vez, os planetas parecem estar “enfileirados”, um efeito visual causado pela perspectiva que temos do Sistema Solar.
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De acordo com Rojas, os observadores devem olhar para a faixa entre os horizontes Oeste e Leste do céu para ver o espetáculo. “Cerca de meia-hora depois do Sol se pôr será possível ver Mercúrio, Vênus e Júpiter perto do horizonte, na constelação do Leão, enquanto Marte e Saturno estarão no alto do céu na constelação do Escorpião. Isso se repetirá durante todo o mês de agosto e início de setembro”, afirma o astrônomo.
Carta Celeste do dia 20 de janeiro de 2016, antes do amanhecer. Créditos: STELLARIUM / Edição: Galeria do Meteorito |
“Para garantir uma boa observação, procure um local com vista desimpedida do horizonte Oeste (onde o Sol se põe), caso contrário não será possível visualizar Mercúrio e Vênus. Se esse local for afastado de iluminação artificial, melhor ainda”, diz Rojas. De acordo com o astrônomo Daniel Mello, do Observatório do Valongo, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o melhor momento para observação ocorrerá entre o início e meados de agosto, quando as condições para a observação de Mercúrio serão mais favoráveis.
Identificando os planetas
No horizonte Oeste estarão Mercúrio, Vênus e Júpiter – sendo os últimos dois mais brilhantes que qualquer estrela, e bastante fáceis de identificar (Vênus é o mais brilhante e vai estar mais perto do horizonte). Já Mercúrio será mais difícil de ver, pois seu brilho não é tão grande. Segundo Rojas, o planeta estará entre Vênus e Júpiter durante boa parte do mês, e no dia 4 de agosto a Lua ficará bem ao seu lado, facilitando a identificação.
“Marte e Saturno estarão no alto do céu durante o começo da noite, na constelação de Escorpião, a Leste. Marte é o astro mais brilhante nessa região do céu, com coloração levemente avermelhada. Ele não deve ser confundido com a estrela Antares, a mais brilhante de Escorpião, que também tem um tom levemente avermelhado. Saturno parece formar um triângulo com Marte e Antares, e seu brilho é comparável ao de Antares”, afirma Rojas.
Mesmo assim, de acordo com Mello, caso os observadores não consigam distinguir os planetas apenas olhando para o céu, os aplicativos podem dar um bom auxílio. “Em geral planetas são mais brilhantes que as estrelas e estão localizados em uma faixa no céu chamada eclíptica – a faixa que delimita o caminho da Lua e do Sol durante os dias e durantes os meses do ano. Se o observador não conseguir identificar por esses meios, pode consultar algum aplicativo estelar como Google Sky Map, Sky View ou Stellarium”, afirma o astrônomo.
Os cinco planetas mais brilhantes - Júpiter, Marte, Saturno, Vênus e Mercúrio - formarão uma linha, e estarão visíveis a olho nu a partir do dia 20 de janeiro! |
Uma configuração planetária bastante parecida com essa poderá ser vista novamente em outubro de 2018, sendo diferente da que deve ocorrer em 2042. “Em julho de 2042 a configuração dos planetas será diferente. De qualquer forma, em 2018 teremos uma configuração de posição planetária muito parecida com a que teremos agora em agosto”, afirmou Mello.
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