Corrente Literário Realismo
Índice
Introdução
O presente trabalho vai
abordar acerca do realismo, a literatura do Realismo reflecte a realidade da
segunda metade do século XIX nas produções literárias. Os autores desse período
procuraram seguir a tendência filosófica do Positivismo, ao observar e analisar
a realidade e ao reproduzi-la fielmente. Ao contrário do Romantismo, fase
literária anterior, os escritores realistas não expressavam subjectividade na
linguagem, assumiram uma postura cientificista em relação aos fatos reais.
Para tanto, os artistas
realistas estavam preocupados em apresentar uma realidade mais voltada a
contemporaneidade segundo a veracidade dos fatos, diferente da escola literária
anterior, o romantismo, em que a idealização, egocentrismo e subjectividade
eram as características mais importantes. Desse modo, os realistas
representavam a arte a partir de temas relacionados com a realidade focados nos
aspectos sociais e quotidianos.
Ainda que a poesia
tenha sido explorada pelos escritores realistas, foi na prosa que ela adquire
grande valor literário.
Objectivo:
definir o realismo voltado ao século XIX a XX e demonstrar os grandes
impulsionadores do realismo, suas características e a diferença que existe com
o romantismo.
Corrente
Literário Realismo
Realismo literário é
parte do movimento de arte realista começando com meados da literatura francesa
do século XIX (Stendhal), e da literatura russa (Alexander Pushkin) e
estendendo-se até o século XIX e início do século XX. Realismo literário, em
contraste com o idealismo, tenta representar coisas familiares como elas são.
Os autores realistas escolheram para
representar actividades e experiências quotidianas e banais, em vez de usar uma
apresentação romantizada ou semelhante. O realismo é uma abordagem para a arte
na qual os sujeitos são retratados em uma maneira tão simples quanto possível,
sem idealizá-los e sem seguir as regras da teoria artística formal.
Em sentido amplo,
realismo é uma atitude de percepção dos fatos como eles são, sem mistificações.
Neste sentido, pode se encontrar realismo em qualquer obra de qualquer época.
Como estilo literário, surge na França na segunda metade do século XIX com a publicação
de Madame Bovary (1857), de Gustave Flaubert, como oposição ao Romantismo.
Surgia a necessidade de retratar o homem em sua totalidade, e não de forma
idealizada e sonhadora, como faziam os românticos. A mulher passa a ser
mostrada não mais como pura e angelical, mas de como um ser dotado de defeitos
e qualidades. Da mesma forma, a figura do herói íntegro e destemido é
substituída pela figura de uma pessoa comum, cheia de fraquezas, problemas e
incertezas.
O Contexto Histórico
Na filosofia, o Positivismo,
de Augusto Comte, traz a ideia de que apenas o conhecimento oriundo da ciência
é válido. Rejeita-se o misticismo na explicação dos fenómenos sociais, que deve
ser feita com base na observação e no contacto empírico com as leis que os
regem mecanicamente. Ainda o Determinismo, de Hipólito Taine, parte da ideia de
que o comportamento do homem é regido por três forças fatalistas: o meio, a genética e o momento
histórico. A influência do meio sobre o homem também é acentuada pelo
Drawinismo, de Charles Darwin, em que a natureza selecciona os indivíduos mais
fortes, eliminando os mais fracos. A política e a sociedade são marcadas pela
ascensão das ideias socialistas, surgidas e face das péssimas condições de vida
impostas aos trabalhadores como consequência da Revolução Industrial. A
exploração do homem pelo homem só seria extinta com o fim do Capitalismo e da
classe burguesa.
A influência destas ideais
explica a forte presença, no Realismo, da crítica anti-burguesa e do interesse
pela análise das tensões sociais urbanas. Destacam-se ainda a crítica à Igreja
e seus dogmas e as ideias abolicionistas, trazidas desde o Romantismo com obras
de Fagundes Varela e Castro Alves, mas estabelecidas a partir do próprio
esclarecimento da sociedade, com o desenvolvimento da imprensa e da literatura.
Características
Literárias
1) Objectivismo
(O Não-eu)
Diferente da obra romântica, centrada na visão
particular e subjectiva do autor, a obra realista é centrado no objecto. O
autor é como um fotógrafo, que enquadra os fatos como eles são, sem a
interferência de suas emoções. O critério adoptado é o da isenção e
impessoalidade diante da realidade a ser retratada, o que reflecte na linguagem
utilizada, que é directa e clara, possuindo descrições e adjectivações objectivas.
2)
Senso
de observação e análise ´
O
objecto da obra é submetido à mais criteriosa e minuciosa análise para que se
alcance a veracidade na arte. A observação é detalhista e ocorre em dois
planos: O externo, que valoriza a descrição das relações sociais e o contacto
da personagem com o meio e o interno, cuja análise recai sobre o comportamento
íntimo e traços e reacções psicológicas das personagens. Isso também reflecte
no tempo da narrativa que é lenta, acompanhando o tempo psicológico.
3) A arte documental
Enquanto
os românticos se permitem à utilização de truques e exageros narrativos, os
realistas são documentais, buscam a veracidade das informações. O enfoque das
obras são sobe a sociedade contemporânea, o autor aborda os fatos e as
circunstâncias que vivencia. Os fatos e fenómenos abordados são aqueles que
podem ser explicados afastando-se a fuga metafísica.
4) Universalismo
O
Romantismo é marcado pelo interesse sobre os elementos locais, por influência
do próprio nacionalismo. No Realismo, a proposta é documentar aquilo que é
perene e universal na condição humana. Autores e Obras Em Portugal, destacam-se
na poesia realista Antero de Quental, Cesário Verde, Guerra Junqueiro e outros.
Eça
de Queirós é considerado o Ficcionista mais importante da prosa realista
portuguesa e suas principais obras foram “O
Crime do Padre Amaro”, “O Primo
Basílio”, fortemente influenciado por Madame Bovary, e “Os Maias”, que retrata o tema do
incesto, lançando diversas críticas à alta sociedade portuguesa, causando
escândalo por sua ousadia.
No
Brasil, o autor de maior destaque foi Machado de Assis, que revela sua
genialidade em romances de profunda reflexão e forte crítica social, sendo um
dos raros romancistas brasileiros de destaque internacional, tendo diversas
obras traduzidas para outros idiomas. Suas principais obras são: “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, marco
inicial do Realismo no Brasil, “Dom
Casmurro”, “Quincas Borba”, “Memorial de Aires”, etc.
Outras
principais características
- Oposição aos ideais românticos
- Retrato fidedigno da realidade
- Objectivismo e materialismo
- Universalismo e cientificismo
- Veracidade e contemporaneidade
- Linguagem culta, descritiva e detalhada
- Temas urbanos, sociais e quotidianos
- Preocupação com o presente
- Crítica aos valores burgueses
- Crítica as instituições sociais e a
igreja católica
- Denúncia social (miséria,
hipocrisia, exploração, corrupção, etc.)
- Investigação do comportamento humano
- Personagens comuns e não
idealizados
- Aprofundamento psicológico das
personagens
- Romances de carácter documental
Movimento ou
coerente do realismo
Movimento artístico que
surgiu depois da Revolução Francesa, manifestando uma reacção contra o
idealismo romântico. Os artistas realistas começaram a criar a partir de sua
experiência e baseando-se na observação do mundo que os rodeava. Caracteriza-se
por abordar a realidade e temas sociais, representando algumas vezes cenas
exageradas, para enfatizar problemas sociais da época. Não produziu um estilo arquitectónico
próprio; sua escultura, de pouca expressão, era crítica e social, mas se
destacou na pintura com temas da vida quotidiana, de grupos sociais
menos favorecidos. O Realismo fundou uma Escola artística que surge
no século XIX em reacção ao Romantismo e se desenvolve baseada na observação da
realidade, na razão e na ciência.
Além de uma oposição a
um realismo fotográfico. O Realismo é um movimento
artístico surgido na França, e cuja influência se estendeu a numerosos países
europeus. Esta corrente aparece no momento em que ocorrem as primeiras lutas
sociais, sendo também objecto de acção contra o capitalismo progressivamente
mais dominador. Das influências intelectuais que mais ajudaram no sucesso
do Realismo denota-se a reacção
contra as excentricidades românticas e contra as suas falsas idealizações da paixão amorosa, bem como um crescente respeito pelo fato empiricamente
averiguado, pelas ciências exactas e experimentais e pelo progresso técnico.
A passagem do
Romantismo para o Realismo, corresponde uma mudança do belo e ideal para o
real e objectivo. O termo realismo, de uma maneira geral, é utilizado na
História da Arte para designar representações objectivas, sendo utilizado como sinónimo
de naturalismo. Normalmente implica numa não idealização dos objectos
representados e numa preferência por temas ligados ao homem comum e à
existência quotidiana. Entretanto, em meados do século XIX, Gustave Courbert,
com a crença na pintura como uma arte concreta, que deveria ser
aplicada ao real, acaba por se tornar o líder de um movimento chamado Realista,
juntamente com Édouard Manet. Esse movimento, especialmente forte na França,
reagia contra o Romantismo e pregava o fim dos temas ligados ao passado (como temas
mitológicos) ou representações religiosas em nome de uma arte centrada na
representação do homem da época, em temas sociais e ligados à experiência
concreta.
Um dos primeiros
pintores considerados realistas é Jean-Baptiste Camille Corot (1796 – 1875)
que, com sua pintura de paisagens provocou a admiração de artistas
posteriores como Cézanne. Foi um dos pioneiros a considerar os desenhos que
realizava ao ar livre como obras acabadas, que não necessitavam dos estúdios.
“Ilha de São Bartolomeu” é um exemplo de sua obra.
A origem do
realismo
Extremamente importante
para o Movimento Realista foi a Escola de Barbizon (Corot era associado a ela),
que se propunha observar a natureza “com novos olhos”, seguindo a inspiração do
paisagista inglês John Constable, que exibiu suas obras em Paris na década de
20 do século passado o Movimento Realista foi a Escola de Barbizon (Corot era
associado a ela), que se propunha observar a natureza “com novos olhos”,
seguindo a inspiração do paisagista inglês John Constable, que exibiu suas
obras em Paris na década de 20 do século passado. Seu nome deriva-se da reunião
de um grupo de pintores na aldeia francesa de Barbizon, floresta de
Fontainebleau. Buscava distanciar-se da pintura tradicional,
concentrando-se em aspectos da vida quotidiana de homens simples, como os
camponeses do local. Jean-François Millet (1814 – 1875) era um de seus
principais líderes. Millet foi um dos pioneiros a incluir a representação de
figuras entre os objectos que deveriam ser representados de forma realista
(o realismo de Corot, por exemplo, restringia-se mais às paisagens).
Queria pintar cenas da vida real, sem apelos dramáticos, como atesta sua tela “As Respigadeiras” em que três mulheres
não idealizadas, com movimentos lentos, pesados e corpos fortes e robustos
trabalham na terra.
Diferentemente do
neoclassicismo, quando representava figuras no campo, esse quadro não possui
exaltação ou idílio da vida fora da cidade, apesar de valorizar o ato de
colheita pelo arranjo e equilíbrio da pintura. Theodore Rousseau (1812 –
1867) e Narcisse-Vergille eram outros nomes de destaque dentro da escola
Barbizon, conhecidos por seus trabalhos com as paisagens e estudos de luz e cor
que iriam posteriormente influenciar movimentos como os Impressionistas.
Gustave Courbet, com sua busca da “verdade”
nas representações e sinceridade em suas representações, bem como seu objectivo
de “chocar” a burguesia com o rompimento dos padrões estéticos académicos foi
outra grande influência para os artistas da época, que se baseavam em seu
estilo para realizar suas pinturas. Honoré Daumier (ver caricatura), com
suas estampas satíricas, normalmente visando atacar a política de sua época, é
outro expoente importante e diferenciado do Movimento Realista.
Nos Estados Unidos,
destacam-se Winslow Homer (1836 – 1910), com suas cenas da vida e paisagem
americana e as da Guerra Civil e Thomas Eakins, que assimilou
o Realismo em seu treinamento em Paris. Chegou mesmo a perder seu
posto de professor na Academia de Belas Artes da Pensilvânia por insistir na
observação de modelos nus em suas aulas de desenho. Pintura
O Realismo surgiu na arte francesa, com o declínio dos estilos
neoclássico e romântico. Seus primeiros sinais aparecem em pinturas que
mostravam a delicadeza da natureza, como as obras de Camille Corot. Entre as
décadas de 1830 e 1840, quatro artistas franceses se instalaram na pequena
cidade de Barbizon e formaram um grupo, que ficou conhecido como a Escola de
Barbizon. Eram eles: Charles Daubigny, Jules Dupret, Jean François Millet e
Théodore Rousseau. Seus quadros eram simples, com pastagens, florestas e
cabanas que contrastavam com os estilos anteriores. O primeiro grande pintor
da pintura realista foi Gustave Coubert, que surgiu em meados do
século XIX. Pintava com tanta precisão que muitas de suas obras foram
consideradas como protesto social. Suas pinturas ajudaram a mudar o
mundo das artes. Inspirados nos trabalhos de Rembrandt e outros mestres
alemães, os realistas achavam que deveriam retratar o que viam ao seu redor.
Destacam-se neste estilo Camille Corot Charles Daubigny Jean François Millet
Théodore Rousseau Gustave Courbet Escultura Na escultura realista, os
escultores preferiam temas contemporâneos, envolvidos muitas vezes em motivos
políticos. Substituíram os deuses antigos por novos heróis da vida moderna:
pessoas comuns do povo, retratando seus momentos e acções, conseguindo mostrar
o significativo do gesto humano.
Arquitectura
Entre 1850 e 1900 surge
uma nova tendência estética chamada Realismo. A arquitectura beneficiou-se
com o avanço da tecnologia contemporânea. Abriram-se novas perspectivas para os
profissionais da arquitectura e engenharia, facilitadas pelo impulso
da industrialização e outra realidade para a urbanização das cidades, com o uso
dos novos materiais como o vidro, o ferro, o aço, o cimento e principalmente o
betão armado. Surgiu a necessidade das novas construções para a modernização
das cidades como fábricas, estações ferroviárias, armazéns, bibliotecas,
moradias, escolas, hospitais, enfim, tudo que atendesse ao chamamento da nova
realidade de vida tanto dos operários quanto da burguesia.
Tendência do
realismo
Entre 1850 e 1900 surge
nas artes europeias, sobretudo na pintura francesa, uma nova tendência
estética chamada Realismo, que se desenvolveu ao lado da crescente
industrialização das sociedades, O homem europeu, que tinha aprendido a
utilizar o conhecimento científico e a técnica para interpretar e dominar a
natureza, convenceu-se de que precisava ser realista, inclusive em suas criações
artísticas, deixando de lado as visões subjectivas e emotivas da realidade.
Esses novos ideais estéticos manifestaram-se em todas as artes: Pintura
Caracteriza-se sobretudo pelo princípio de que o artista deve representar a
realidade com a mesma objectividade com que um cientista estuda um fenómeno da
natureza. Ao artista não cabe “melhorar” artisticamente a natureza, pois a
beleza está na realidade tal qual ela é.
Sua função é apenas revelar os aspectos mais
característicos e expressivos da realidade. Em vista disso, a pintura
realista deixou completamente de lado os temas mitológicos, bíblicos,
históricos e literários, pois o que importa é a criação a partir de uma
realidade imediata e não imaginada. A volta do artista para a representação do
real teve uma consequência: sua politização. Isso porque, se a industrialização
trouxe um grande desenvolvimento tecnológico, ela provocou também o surgimento
de uma grande massa de trabalhadores, vivendo nas cidades em condições
precárias e trabalhando em situações desumanas. Surge então a chamada “pintura
social”, denunciando as injustiças e as imensas desigualdades entre a miséria
dos trabalhadores e a opulência da burguesia. Dentre os representantes
da pintura realista podemos apontarem Gustave Courbet (1819-1877) “Moças peneirando trigo” e Édouard Manet (1832-1883)
“Olympia”, que desenvolveram tendências diversas. Escultura Não se preocupou
com a idealização da realidade, ao contrário, procurou recriar os seres tais
como eles são. Além disso, os escultores preferiram os temas contemporâneos,
assumindo muitas vezes uma intenção política em suas obras.
Detestava a
teatralidade da arte académica. Jean- François Milllet (1814 – 75) está sempre
associado a retratos de trabalhadores rurais arando, semeando e colhendo.
Nascido de uma família camponesa, disse uma vez que desejava “fazer com que o
trivial servisse para exprimir o sublime”. Antes dele, os camponeses eram
invariavelmente retratados como estúpidos. Millet lhes deu uma dignidade
resoluta.
Características
1. O artista
utiliza todo o conhecimento sobre perspectiva para criar a ilusão de espaço,
como também a perspectiva aérea, dando uma nova visão da paisagem ou da cena (vista
superior aérea).
2. Os volumes são
muito bem representados, devido à gradação de cor, de luz e sombra.
3. Há preocupação
de representar a textura, a aparência real do objecto (a textura da pele, dos
tecidos, da parede, etc.)
4. O desenho e a
técnica para representar o corpo humano são perfeitos. 5. Voltados para o
desejo de representar a realidade tal e qual ela se apresenta e voltados para
temáticas de ordem social e política, os realistas pintam em geral
trabalhadores, cenas do quotidiano e da modernidade.
Linguagem
A linguagem no Realismo
é mais simples, sem preocupações estéticas exacerbadas, de modo a abranger um
público maior.
Realismo –
Conceito
1.
Conceituação do realismo na literatura
Oposição ao idealismo e ao romantismo, isto é, à idealização e ao subjectivismo
que abordam temas desligados da vida comum, a narrativa realista teve como
principais características a localização precisa do ambiente, a descrição de
costumes e acontecimentos contemporâneos em seus mínimos detalhes, a reprodução
da linguagem coloquial, familiar e regional e a busca da objectividade na
descrição e análise dos personagens. O romantismo do final do século XVIII e
início do XIX, com sua ênfase no individualismo e na exaltação dos sentimentos,
era sua antítese. Contudo, a crítica moderna mostrou haver ali certos elementos
que prepararam o advento do realismo. Assim, a introdução do concreto na
arte, do familiar na linguagem, do documental e do exótico, do método histórico
na crítica, foram obra do romantismo. Isso possibilitou que muitos escritores,
como Stendhal e Balzac, participassem de ambos os movimentos, com predominância
ora da imaginação, ora da observação. Honoré de Balzac foi o grande precursor
do realismo literário, com a tentativa de criar um detalhado e
enciclopédico retrato da sociedade francesa na obra La Comédie humaine (1834-1837;
A comédia humana). Mas a primeira proposta realista deliberada surgiu apenas na
década de 1850, inspirada pela pintura de Courbet. O jornalista francês
Jules-François-Félix-Husson Champfleury divulgou o trabalho do pintor e
transferiu seus conceitos para a literatura em Le Réalisme (1857). No mesmo
ano, publicou-se o romance Madame Bovary, de Gustave Flaubert. Retrato
implacável da mentalidade burguesa, com seu exame minucioso das emoções de uma
mulher infeliz de classe média, é a obra-prima do realismo e
responsável pela sedimentação do movimento na literatura europeia.
Os irmãos Jules e
Edmond Goncourt, em Germinie Lacerteux (1864) e outros trabalhos, descrevem
grande variedade de ambientes, assim como as relações entre as classes sociais.
Os princípios do realismo dominaram a literatura européia durante as
décadas de 1860 e 1870. Charles Dickens e George Eliot na Inglaterra, Lev
Tolstoi e Fiodor Dostoievski na Rússia, e, mais tarde, o jovem Thomas Mann, na
Alemanha, todos incorporaram elementos realistas a seus romances. Os
representantes do movimento adoptaram uma concepção filosófica inspirada no
positivismo e no determinismo científico de sua época e atitudes liberais,
republicanas e anticlericais. Como significativo desdobramento, o naturalismo
do final do século XIX e início do XX, que teve como principal expoente Émile
Zola, levou às últimas consequências e a detalhes íntimos a proposta de
representação fiel do quotidiano comum. Na poesia,
o realismo encontrou correspondência no parnasianismo, com seu culto
da objectividade, da forma impecável, da arte pela arte, tal como foi expressa
por Théophile Gautier, Leconte de Lisle e Sully Prudhomme.
2.
Assimilação portuguesa do realismo Em
Portugal, o movimento realista é da maior importância pela mudança radical que
operou na consciência literária e na mentalidade dos intelectuais. Eclodiu com
a chamada Questão Coimbrã, polémica literária que opôs, de um lado, Antero de
Quental, Teófilo Braga e a geração de escritores surgida na década de 1860 e,
de outro, os representantes da geração anterior. Em 1871, Eça de Queirós
proferiu uma conferência denominada “Realismo como nova expressão da arte”
e, dois anos depois, publicou o conto “Singularidades duma rapariga loira”,
considerado a primeira narrativa realista escrita em português.
A arte nova, para seus
principais representantes, devia consistir na observação e experiência, na
análise psicológica dos tipos, no esclarecimento dos problemas humanos e
sociais, no aperfeiçoamento da literatura, isenta da retórica, da fantasia, da
arte pura. Era uma arte revolucionária. O crime do padre Amaro (1875) e O primo
Basílio (1876), de Eça de Queirós, consolidaram o realismo português. Em
ambos os romances, a descrição minuciosa e a análise psicológica baseada em
princípios deterministas, nas ideias da hereditariedade e influência do meio,
além da severa crítica de costumes, tomam nítida feição naturalista. Apesar da
oposição do público e da crítica, o movimento progrediu com José-Francisco de
Trindade Coelho, Fialho de Almeida e Francisco Teixeira de Queirós. Na década
de 1890, o realismo, confundido ao naturalismo, perdera muito de sua
força. Mais que uma escola literária, o realismo português pode ser
considerado um novo sentimento e uma nova atitude, em reacção ao idealismo
romântico.
3.
Realismo no Brasil O forte carácter
ideológico que permeou o realismo europeu, tanto na pintura como na
literatura, não teve correspondente exacto no Brasil. Mais precisamente, foram
consideradas realistas as obras brasileiras que, por características
anti-românticas, não se enquadravam nas classificações da época e denotavam uma
nova estética. Nesse sentido mais amplo, pode-se dizer que traços realistas
estiveram presentes em obras anteriores ao surgimento da ficção propriamente
brasileira, como no teatro de costumes de Martins Pena e na poesia de Gregório
de Matos. Contemporaneamente ao movimento europeu, a estética realista
manifestou-se no país com a geração de 1870, especialmente em Recife, com o
grupo liderado pelos críticos literários Tobias Barreto e Sílvio Romero, em reacção
ao romantismo decadente. Na ficção, a obra de Machado de Assis e Raul Pompéia
aprofundou o realismo psicológico, além do ambiental.
O ateneu (1888), de
Raul Pompéia, foi romance ousado e surpreendente para sua época, enquanto
Memórias póstumas de Brás Cubas (1881), Quincas Borba (1891), Dom Casmurro
(1900) e Memorial de Aires (1907), de Machado de Assis, apresentam inovações
também do ponto de vista da linguagem e da estrutura formal. O naturalismo de
Zola inspirou as obras de Aluízio Azevedo, Inglês de Sousa e Adolfo Caminha.
O realismo brasileiro acabou também por provocar uma espécie de
tomada de consciência geral em todos os campos do conhecimento, traduzida,
inclusive, em participação política activa de numerosos intelectuais, que desde
essa época começaram a interessar-se mais objectivamente pelos problemas
nacionais e suas soluções. Superado o realismo como escola, permanece
a ideia, que lhe é essencial, de aproximar cada vez mais a arte da vida. As
tendências contemporâneas prosseguem buscando-a, como o provam tendências
estéticas inspiradas no socialismo, na psicanálise e no existencialismo, tais
como o realismo socialista, o expressionismo e o nouveau roman.
O realismo no
teatro orientou, no final do século XIX, os textos e as montagens no sentido da
naturalidade e da reprodução do quotidiano. Henrik Ibsen e August Strindberg na
Escandinávia, Anton Tchekhov e Maksim Gorki na Rússia, entre outros, rejeitaram
a linguagem poética, a declamação e a dicção artificial e usaram ação e
diálogos calcados no comportamento e fala diários. Os cenários retratavam o
mais fielmente possível ambientes.
Conclusão
O presente trabalho que
abordou acerca do realismo permitiu nos saber que o realismo literário é parte
do movimento de arte realista começando com meados da literatura francesa do
século XIX (Stendhal), e da literatura russa (Alexander Pushkin) e
estendendo-se até o século XIX e início do século XX. Antes de mais nada, vale
lembrar que o Realismo foi um movimento artístico e cultural iniciado no século
XIX na Europa.
O realismo manifestava
se varias formas, além da literatura, o realismo esteve manifestado no teatro,
arquitectura, Ao contrário do Romantismo, fase literária anterior, os
escritores realistas não expressavam subjectividade na linguagem, assumiram uma
postura cientificista em relação aos fatos reais escultura e nas artes
plásticas.
Portanto, o realismo é
uma forma de demonstrar uma determinada verdade sem exagerar.
Referência
bibliográfica
www.portaltosabendo.com.br
A cessado no dia 09-06-2018
Período literário realismo
https://www.portalsaofrancisco.com.br/periodos-literarios/realismo
Copyright © Portal São Francisco
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VILARINHO, Sabrina.
"Literatura no Realismo"; Brasil
Escola. Disponível em <https://brasilescola.uol.com.br/literatura/literatura-no-realismo.htm>.
Acesso em 10 de junho de 2018.
Marcadores: Literatura Portuguesa, Português
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